No Brasil e no mundo, a palavra filantropia ainda carrega o peso de uma tradição baseada no assistencialismo, mas essa visão tradicional tem se mostrado limitada diante dos desafios estruturais que enfrentamos: a desigualdade racial e de gênero, a violência contra populações periféricas, a emergência climática, o avanço do autoritarismo e o desmonte dos direitos sociais. Na Pacová, acreditamos em outro caminho: o da filantropia solidária. Uma forma de doar que não reforça hierarquias, mas constrói pontes. Que não parte da lógica de cima para baixo, mas sim de um compromisso coletivo com a transformação social. Uma prática que reconhece que os movimentos sociais, as comunidades e os territórios sabem o que precisa ser feito — e precisam apenas de condições para seguir fazendo.
A filantropia solidária representa uma mudança profunda na forma como pensamos o financiamento de iniciativas que estão na linha de frente na luta por direitos. Ela rompe com a lógica da doação vertical, em que quem tem o dinheiro dita as regras, e propõe um modelo horizontal, baseado na parceria, na escuta e no respeito à autonomia. Nessa abordagem, doar não é um ato de benevolência, mas de corresponsabilidade com a justiça social.
